segunda-feira, 29 de março de 2010

Amanhã de manhã

Menina amanhã de manhã (Tom Zé e Perna)

Menina amanhã de manhã
Quando a gente acordar quero te dizer
Que a felicidade vai desabar sobre os homens
Vai desabar sobre os homens
Vai desabar sobre os homens

Na hora ninguém escapa
Debaixo da cama, ninguém se esconde
A felicidade vai desabar sobre os homens
Vai desabar sobre os homens
Vai desabar sobre os homens

Menina, ela mete medo
Menina ela fecha a roda
Menina não tem saída
De cima, de banda ou de lado
Menina olhe pra frente
Menina, todo cuidado
Não queira dormir no ponto
Segure o jogo, atenção de manhã

Menina a felicidade
É cheia de praça, é cheia de traça
É cheia de lata, é cheia de graça

Menina a felicidade
É cheia de pano, é cheia de peno
É cheia de sino, é cheia de sono

Menina a felicidade
É cheia de ano, é cheia de eno
É cheia de hino, é cheia de ono

Menina a felicidade
É cheia de an, é cheia de en
É cheia de in, é cheia de on

Menina a felicidade
É cheia de a, é cheia de é
É cheia de i, é cheia de ó

domingo, 28 de março de 2010

Get a bike!




Descobri uma forma mais leve, divertida e emocionante de seguir o caminho: vou de bicicleta.

Palavras

Respeito as palavras. Por isso as manuseio com cuidado.
Por outro lado gosto tanto de suas formas e sons que brinco com suas misturas.
Difícil entender o que junto ou separo, pelo menos no início. Até porque às vezes não pretendo ser entendida. Gosto só da sensação que fica quando se lê.

Sei que algumas combinações acalentam, descansam o coração e confortam os olhos. Mesmo que o conjunto não seja completamente lógico, algumas palavras compreendidas já são o bastante.
Sei também que outras frases nos confundem e deixam a cabeça com a sensação de vazio, confuso. Com a impressão de que existe algo lá, mas nossos olhos não serão capazes de ver.

Quantas infinitas sensações somos capazes de encontrar?
Quantas combinações de letras, frases e versos conseguimos fazer?

sábado, 27 de março de 2010

Por que as coisas são infinitas?


Por que será que quando estamos fazendo algo aquilo parece infinito?
Então, em uma idéia brilhante, terminamos e esse outro tempo também é infinito?!
O que seria esse tempo afinal? Um eterno repleto de infinitos?

quinta-feira, 25 de março de 2010

Desenhar palavras

Um dos grandes mistérios da vida quando eu era criança eram as letras. Essas figuras que usamos para desenhar as palavras. Isso que parece tão comum e um dia já foi tão estranho.
Eu escrevia de formas diferentes, desenhava em linguagens diferentes mas era a única a saber ler.
Sabe, às vezes ainda faço assim.
Apesar de usar as letras socialmente conhecidas, em uma linguagem que segue determinada norma, em certos momentos é como se meus sentidos se distanciassem muito dos significados mais acessíveis.
Gosto de colocar idéias soltas no papel e me diverto olhando as pessoas em suas leituras. As possíveis interpretações e leituras do que desenhei em um rascunho qualquer.


Escrevo porque gosto de como as palavras se comportam quando brinco com suas combinações. Desenho palavras porque gosto de dizer ao papel.

E você? Escreve pra quê?

domingo, 21 de março de 2010

Se ele voltar

Se o silêncio um dia retornar
quero que saibas que existe em mim
um grito de vida. Uma voz
que mesmo silente não se cala.

Se os olhos secarem
ou eu ficar trancada em um quadro qualquer,
acredite que amo em cores
e não reduzo sentimentos.

É que às vezes preciso parar.
É que às vezes só sei parar.

Quando o silêncio voltar
quero que esteja aqui.
E que possa ver em mim
o que por ventura já não possa ouvir.
Os olhos vermelhos voltaram

Grande festa se fez. Há quem tenha até acreditado que de tão cinzas e distantes não haveria de existir vida ali.
Contrariando o quase evidente, os olhos vermelhos voltaram.
Trazendo consigo a ingenuidade de risadas altas, passos soltos, gestos expressivos e a capacidade de se abrir.
Seria o fim da estação?

quarta-feira, 10 de março de 2010

Você consegue?



Oi você!
Andei um tempo sumida e volto com uma pergunta recente.

Você consegue ouvir?

Isso vai para além do fisiológico. Você consegue se abrir, e ao mesmo tempo se calar, para conseguir essa magia de simplesmente ouvir?
Como se isso fosse simples...

Li algumas coisas sobre isso, já ouvi algumas pessoas falando sobre o assunto mas recentemente andei gritando diante de uma pessoa surda.
Eu e mais pelo menos umas trinta pessoas... Pedindo ajuda e tentando estabelecer um diálogo.
E imagina só, não conseguimos!
Simplesmente porque algumas pessoas já não escutam mais.

Quantas coisas perdemos com isso!


...E a delicadeza perdura, na tentativa de alcançar o outro e ver realmente existir uma troca.

quinta-feira, 4 de março de 2010

Fim

Hoje tive o privilégio de assistir ao fim.
Estive por algumas horas assistindo a um ritual de lembrar o trajeto, analisar os resultados e certificar que algo acabou.
Claro que a lembrança permanece, talvez até a curiosidade pelo que viria após aquilo tudo.
Mas foi claro, essa foi a manhã em que esse processo teve seu fim.

O que virá agora?
"Tudo novo de novo" ou um caminho outro.
As pessoas nunca saem intactas de tudo isso, mas elas saem.
E pude ver a alegria e a comemoração de todos que se envolveram ao vislumbrar os belos frutos.


A delicadeza, assim como a beleza, do fim é singela.

segunda-feira, 1 de março de 2010

Portas

Imagine ...
descobrir que mudaram o segredo da porta que você tanto usou.
estar na porta de alguém e ter essa fechada em sua cara.
no meio de uma discussão ouvir a porta violentamente interrompendo a conversa
estar com a mão cheia de coisas e não poder abrir a porta
não estar autorizado a abrir aquela porta
não ter a liberdade de trancar a porta de vez em quando...

Andei pensando nisso que é tão corriqueiro que às vezes foge de questionamentos. Em tudo que dizemos ou sentimos quando nos deparamos com uma porta. Seja ela metafórica ou não.

Quer tentar ser delicado?
Preste atenção às portas.
 
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